Perseguição dos Ciganos pelo Regime Nazista

por Mauro Calon
Sobreviventes do campo celebram a libertação ao lado de tropas aliadas

Sobreviventes do campo celebram a libertação ao lado de tropas aliadas – Foto: picture-alliance/dpa/akg-images

A perseguição dos ciganos pelo regime nazista começou oficialmente em 1933, quando Adolf Hitler chegou ao poder na Alemanha. Os nazistas viam os ciganos como uma “raça inferior”, semelhante aos judeus. Essa visão estava fundamentada na ideologia racista nazista, que promovia a superioridade da raça ariana. A discriminação contra os ciganos na Alemanha e na Europa já existia há séculos, mas se intensificou durante o período nazista.

Inicialmente, os nazistas implementaram medidas para registrar e identificar os ciganos. Em 1933, começaram a criar listas que facilitariam a localização e eventual detenção dos ciganos. Em 1935, as Leis de Nuremberg, originalmente criadas para discriminar os judeus, foram também aplicadas aos ciganos. Essas leis proibiam casamentos e relações sexuais entre alemães “arianos” e não-arianos, incluindo os ciganos.

Medidas Iniciais

A partir de 1936, os nazistas começaram a enviar ciganos para campos de concentração. Dachau, por exemplo, foi um dos primeiros a receber prisioneiros ciganos. Esses campos serviam como locais de detenção e trabalho forçado. Consequentemente, muitos sofreram abusos e maus-tratos.

Além disso, os nazistas usaram propaganda para desumanizar os ciganos, retratando-os como criminosos e parasitas sociais. Portanto, essa propaganda aumentou o ódio e a desconfiança da população alemã. Em 1938, Heinrich Himmler ordenou um censo nacional dos ciganos para criar um registro detalhado, facilitando futuras ações repressivas.

Intensificação da Perseguição

Com o início da Segunda Guerra Mundial em 1939, a perseguição aos ciganos aumentou significativamente. Os nazistas deportaram ciganos em massa para campos de concentração e extermínio, como Auschwitz-Birkenau. Consequentemente, muitos foram assassinados. Além disso, as unidades móveis de extermínio, conhecidas como Einsatzgruppen, seguiram o exército alemão nas invasões da Polônia e da União Soviética. Essas unidades executaram ciganos em massa.

Em 1942, Heinrich Himmler ordenou a deportação de todos os ciganos restantes na Alemanha para Auschwitz-Birkenau. Lá, nazistas os assassinaram nas câmaras de gás. Esse genocídio é conhecido como o Porajmos, termo que significa “devoração” ou “destruição” em romani.

Os nazistas também realizaram experimentos médicos cruéis nos ciganos. Por exemplo, médicos nazistas como Josef Mengele realizaram esterilizações forçadas, injeções de doenças e testes de resistência à dor. Eles usaram os ciganos como cobaias humanas, ignorando completamente sua dignidade e vida.

Impacto e Legado

Os nazistas assassinaram entre 220.000 e 500.000 ciganos durante o Holocausto. Embora amplamente ignorado após a guerra, o genocídio foi reconhecido como uma parte trágica da história do Holocausto.

A perseguição nazista causou um legado duradouro de trauma e desconfiança nas comunidades ciganas. Além disso, a luta por reconhecimento e reparação continua até hoje. Portanto, esforços contínuos preservam a memória das vítimas e educam o público sobre os horrores sofridos pelos ciganos durante o regime nazista.

Organizações de direitos humanos e grupos ciganos trabalham para garantir que essa parte da história não seja esquecida. Elas promovem a educação sobre o genocídio dos ciganos e buscam justiça para as vítimas e seus descendentes. Consequentemente, a memória dos ciganos que sofreram e morreram sob o regime nazista deve ser honrada e preservada.

Curiosidades e Detalhes Adicionais

Poucos sabem que, além dos campos de concentração, os nazistas confinaram ciganos em guetos, semelhantes aos guetos judaicos. Em várias regiões, ciganos foram forçados a viver em condições desumanas, separados do restante da população.

Outra curiosidade é que muitos ciganos resistiram à opressão nazista. Em Auschwitz-Birkenau, ocorreu uma revolta cigana em 1944. Prisioneiros ciganos lutaram contra as SS. Embora esmagada, a revolta exemplifica a resistência e coragem dos ciganos.

Após a guerra, muitos ciganos sobreviventes enfrentaram dificuldades para obter reconhecimento e compensação por seus sofrimentos. As autoridades de muitos países demoraram décadas para reconhecer oficialmente o genocídio cigano. Esse reconhecimento tardio agravou o sofrimento das vítimas e suas famílias.

Hoje, museus e memoriais dedicados às vítimas ciganas do Holocausto existem em várias partes do mundo. Um dos mais notáveis é o Memorial aos Ciganos Assassinados no Holocausto, localizado em Berlim. Este memorial serve como um lembrete permanente do sofrimento dos ciganos e da necessidade de combater o preconceito e a discriminação.

Ação Necessária: Como Você Pode Contribuir

A preservação da memória das vítimas ciganas do Holocausto é crucial para garantir que atrocidades semelhantes nunca mais se repitam. A educação sobre esse genocídio e a promoção de uma cultura de respeito e inclusão são passos essenciais para um futuro mais justo e humano.

Para Saber mais sobre a história e a cultura dos ciganos e apoiar os esforços para combater o preconceito e a discriminação, visite nosso site Janellá. Registre-se, siga-nos nas redes sociais, compartilhe nossos posts, comente e deixe sua opinião. Juntos, podemos trabalhar para eliminar o preconceito e honrar a memória das vítimas. Além disso, apoie o projeto “Janellá” através do menu “Documentos Legais”.

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