Fotografia por Douglas Fagner.
A saga da venerada imagem de Nossa Senhora Aparecida, que mais tarde se tornaria a padroeira do Brasil, teve início em 1717. Nesse ano, três pescadores, Domingos Garcia, Filipe Pedroso e João Alves, exploravam as águas do Rio Paraíba do Sul, em São Paulo. Buscando sucesso em sua jornada, eles fizeram uma oração à Virgem Maria, pedindo sua benção para uma farta pesca.
Depois de várias tentativas frustradas, João Alves lançou sua rede ao rio mais uma vez. Embora nenhum peixe tivesse sido capturado, algo surpreendente emergiu das águas: a parte inferior de uma imagem de uma santa. Curiosamente, a imagem estava incompleta, faltando-lhe a cabeça. Movidos pela fé, os pescadores lançaram suas redes novamente e, de forma incrível, encontraram a cabeça que se encaixava perfeitamente ao corpo.
Após a restauração da imagem, um evento milagroso ocorreu. Os pescadores capturaram tantos peixes que suas embarcações quase afundaram devido ao peso excessivo. Esse acontecimento extraordinário iniciou a devoção à imagem, que mais tarde se identificou como Nossa Senhora Aparecida.
Em 1884, a Princesa Isabel, demonstrando profundo respeito e devoção, presenteou a santa com uma coroa de ouro e um manto azul. Logo, esses elementos se estabeleceram como símbolos representativos da imagem.
Além disso, mistérios ainda cercam a origem da imagem sagrada. Várias teorias sugerem que o Rio Paraitinga, que cruza o estado de São Paulo e alimenta o Rio Paraíba do Sul, testemunhou um evento notável. É possível que ciganos, talvez involuntariamente, tenham deixado cair ou até mesmo descartado intencionalmente uma imagem de uma santa com a cabeça partida. Esse incidente explicaria como a imagem encontrou seu caminho nas águas onde os pescadores a resgataram, um achado que impulsionou a fundação da cidade de Aparecida.
Além do mais, debates intensos ocorrem sobre a verdadeira identidade da imagem. Em discussões com membros da Igreja Católica, emergiu a teoria de que a imagem venerada como Nossa Senhora Aparecida poderia de fato representar Santa Sara. Distinta da tradicional Nossa Senhora da Conceição, que é retratada com as mãos juntas em oração, esta teoria propõe que as representações da Nossa Senhora da Conceição só começaram a ser produzidas depois que a imagem original ganhou popularidade. Consequentemente, Padre Cristiano Santos enfatizou que muitas imagens de santos derivam de outras, o que incluiria Nossa Senhora Aparecida.